No último dia 17 de janeiro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de 6 milhões de doses da CoronaVac, a vacina vinda da China para a imunização contra o coronavírus, que causa a covid-19. Produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, os trabalhos no órgão já começaram no mesmo dia da aprovação, com o estado de São Paulo iniciando a imunização do grupo prioritário da 1ª fase – profissionais da saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas e quilombolas.
Mas, entre eles, está a auxiliar de limpeza da Guima Conseco, Bruna Ribeiro de Souza, de 30 anos, que trabalha na linha de frente do Instituto Butantan, higienizando o ambulatório e recolhendo material infectante. “Quando eu vi meu nome na lista das pessoas que seriam vacinadas, eu vibrei, me senti prestigiada. Ser reconhecida como linha de frente, sendo uma pessoa exposta ao vírus todos os dias, até mais que os profissionais de saúde, me fez ter orgulho do meu trabalho”, disse.
Bruna recebeu a primeira dose dia 19 de janeiro, com previsão para a segunda dose, que reforça a eficácia da vacina, no dia 19 de fevereiro. Ela foi inserida na lista de profissionais que deveriam ser imunizados por uma decisão dos próprios colegas de trabalho. “Eu já sabia que a vacina estava sendo desenvolvida. E, pelo meu tipo de trabalho, a própria equipe interna de especialistas achou por bem que eu fosse vacinada com eles”, conta.
Volta pra casa tranquila
Além do prestígio, a auxiliar de limpeza conta que outro aspecto trouxe alívio para sua vida: poder ir pra casa mais tranquila, sabendo que não infectaria sua família. “Sou casada e tenho três filhos pequenos. Era tenso voltar para casa, com medo de passar o vírus para eles. E, por estar no Butantan diariamente, a gente vê a gravidade dessa doença. Com a imunização, me sinto mais segura”.
A importância da vacina
Cerca de 4,6 milhões de doses já foram entregues ao Ministério da Saúde para o uso nos demais estados, enquanto 1,4 milhão ficaram em São Paulo para a primeira parte do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19.
“Eu creio na credibilidade do Instituto Butantan, um órgão que jamais colocaria a sua credibilidade em risco. Um dos motivos de eu tomar a vacina é que ela veio do Butantan. Eu vejo diariamente o empenho do pessoal, a gente vê o quanto os profissionais estão se desdobrando para que ela seja aplicada. O importante é não acreditar em fake news e confiar na imunização, ela realmente é eficaz”, reforçou Bruna.
Ações que facilitam e incentivam a vacinação
Junto ao início da vacinação, o governo de São Paulo criou o site VacinaJá (clique AQUI e vá para o site), desenvolvido para agilizar a campanha no estado. Lá é possível realizar um pré-cadastro que garante um atendimento mais rápido e evita aglomeração nos locais de vacinação. O site contabilizou, em apenas dois dias de uso, um milhão de pré-cadastros.
O governo de São Paulo disponibilizou também um Vacinômetro, que atualiza o número de pessoas vacinadas. Até a manhã da última sexta-feira (22), a ferramenta indicava mais de 65 mil imunizados no estado.
Para reforçar a importância da vacinação, uma campanha será veiculada em todo o estado, nos principais canais de TV aberta, rádios e redes sociais.
Bruna fotografada no Instituto Butantan - Foto: Alexandre de Paulo/ADPhoto/SIEMACO-SP
A auxiliar de limpeza tomou a vacina no dia 19 de janeiro - Foto: Divulgação/SIEMACO-SP Fonte: Siemaco SP