Por Fabiano Polayna – MTB: 48.458/SP I Foto por Lula Marques/Agência Brasil
A direção da FEMACO tem debatido a necessidade da regulamentação urgente das apostas esportivas online no Brasil e reforça a importância da conscientização dos trabalhadores sobre os riscos do vício e do endividamento. A posição da entidade acompanha dados revelados pela CPI das Apostas no Senado, que apontam que, só nos primeiros meses de 2024, mais de R$ 3 bilhões oriundos de beneficiários do Bolsa Família foram transferidos para sites de apostas como Blaze, Pixbet, Betano, Bet365 e Esportes da Sorte.
Para a FEMACO, a falta de regulação sobre essas plataformas que operam, em sua maioria, a partir do exterior representa um risco crescente à segurança financeira das famílias brasileiras, especialmente daquelas em situação de maior vulnerabilidade econômica.
“Essas empresas estão se aproveitando da fragilidade social e da ausência de informação para estimular um comportamento que pode levar ao endividamento e ao vício. É preciso agir com responsabilidade, não só com leis, mas também com educação”, afirma Roberto Santiago, presidente da FEMACO.
A federação ressalta que a solução passa por duas frentes fundamentais: a implementação de uma legislação firme, com exigências claras para a operação dessas plataformas no território nacional, e uma campanha contínua de conscientização voltada à classe trabalhadora, especialmente sobre os riscos ocultos por trás da promessa de ganhos fáceis.
“A regulação das apostas online deve vir acompanhada de políticas públicas de informação. As pessoas precisam entender que, na maioria das vezes, o que está em jogo não é o lucro, mas a perda – e quem mais perde é quem tem menos”, reforça Santiago.
A FEMACO defende limites rigorosos para a publicidade, mecanismos de controle de acesso, exigência de sede e operação legal no Brasil, além de ações educativas que envolvam sindicatos, escolas, comunidades e meios de comunicação.
“Não se trata de proibir, mas de proteger. Regular é garantir que o Brasil não continue permitindo que plataformas internacionais explorem a vulnerabilidade dos nossos trabalhadores”, conclui Santiago.
Apostar sem consciência e sem regulação é expor milhões ao risco. O Brasil precisa assumir o controle desse setor e colocar a dignidade do povo acima dos interesses do mercado.